segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Fauvismo – Características gerais

O fauvismo ou fovismo, como pronunciado, foi o nome dado ao estilo artístico francês que ocorreu no fim do século XIX, que buscou explorar a expressividade das cores nas representações. Seus precursores foram os famosos artistas pós-impressionistas Vincent Van Gogh e Paul Gauguin. Ambos nunca pintaram no estilo fauvista, sendo na verdade anteriores, porém o fauvismo foi baseado em suas pinturas e em seu estilo próprio.

Tanto Van Gogh quanto Gauguin usavam cores vibrantes e agressivas em superfícies planas o que imprimia à representação um grande teor dramático. Foi esta característica que foi imitada pelos fauves, artistas do fauvismo. Este nome teve origem nas observações do crítico de arte Lois Vauxcelles, que usou a expressão "Les fauves" para se referir aos artistas. Na realidade Vauxcelles queria usar o nome de modo pejorativo, já que fauves significa "animais selvagens" na língua francesa, porém o termo acabou por nomear o estilo.

O fauvismo, na verdade, foi um período curto, durando de 1898 e 1908. Porém seu estilo ainda permaneceu por algum tempo e revolucionou a arte. Cores fortes e vibrantes em vez das apagadas, formas simples em vez de complexas e linhas vigorosas em vez de sutis.

Tais características foram primeiramente observadas por Henri Matisse que ao lado de pintores neo-impressionistas realizou experimentos com as cores. Estas experiências tinham um objetivo: Matisse e seus companheiros buscavam uma imagem que, a seu ver, fosse mais real que a dos impressionistas. Finalmente, em 1905, Matisse e Derain, pintaram juntos uma imagem do Sol batendo no Mediterrâneo, usando uma técnica que envolvia pinceladas vigorosas. O resultado ficou deslumbrante. Mais tarde, apresentados a alguns quadros de Gauguin os dois comprovaram suas teorias sobre as cores e, a partir daí criaram o estilo, que na verdade foi considerado como já criado alguns anos antes.

Henri Matisse – 1869/1954



Henri- Émile- Benoit Matisse, ou simplesmente Henri Matisse, foi um pintor francês do fauvismo, nascido em 31 de dezembro de 1869. Até os vinte anos foi um escriturário, porém, nesta época ficou doente e ganhando uma caixa de tintas descobriu a felicidade que a pintura lhe proporcionava. Depois de se restabelecer fez um curso de pintura, porém continuou trabalhando não se dedicando totalmente a arte. Apenas em 1891 ele se entregou a sua vocação artística, estabelecendo-se em Paris e passando a freqüentar o ateliê de Gustave Moreau.


Lá conheceu muitos artistas e visitou variadas exposições. Como outros artistas do movimento, Matisse sempre rejeitou a luminosidade impressionista dando enfoque as cores. Pintava motivos repetitivos, usava formas curvas e variava as cores, criando um novo estilo artístico. Foi considerado o artista do século em que viveu. Morreu no dia 2 de novembro de 1954.

André Derain – 1880/1954



André Derain foi um pintor completamente autodidata, isto é, que aprendeu a pintar sozinho. O francês, nascido em 10 de junho de 1880, começou a pintar aos quinze anos e aos vinte e um, após ver uma das telas de Van Gogh, incluiu em suas telas a vivacidade de cores por qual se caracterizaria o fauvismo. Nesta mesma época montou um ateliê perto de Paris em companhia de Maurice de Vlaminck. Esse ateliê se tornou o centro de difusão do fauvismo. Mas finalmente ambos resolveram ir para Paris, onde Derain conheceu Matisse.


Ao contrário de seus colegas, Derain apresentava uma superfície mais tranqüila , diferente da do resto dos fauvistas. Por isso que acabou por largar definitivamente este estilo e passar para o cubismo. Já como cubista produziu vários quadros e algumas esculturas. Nos seus últimos anos de vida Derain largou a pintura simplesmente por prazer e passou a ilustrar livros. Morreu no dia 8 de setembro de 1954.



Maurice de Vlaminck – 1876/1958






Maurice de Vlaminck foi um pintor autodidata, que nasceu no ano de 1876. No início de sua vida se sustentava tocando violino e escrevendo romances, porém, já mais velho, partilhou um ateliê com André Derain e sobreviveu da arte.
Vlaminck pintava no estilo fauvista, pelo qual ficou conhecido. Em seus quadros há a nítida intensificação dos tons. Vlaminck morreu no ano de 1958, já com 82 anos.

Fauvismo no Brasil

Já explicamos que o período fauvista foi relativamente curto e ocorreu na Europa, principalmente na França. Como então poderia ocorrer no Brasil? Existe uma grande diferença entre período e estilo. Um período da arte é um intervalo de tempo em que o estilo predomina e evolui. Já o estilo são as características do período e não tem um tempo determinado. Se alguém pintar algo seguindo as características fauvistas, estará pintando no estilo fauvista, não importa se esteja no período ou não.


Aqui no Brasil nunca houve pintores que pintassem declaradamente no estilo fauvista, mas conseguimos notar em alguns as características nítidas deste período. É o caso de Artur Timóteo, um pintor que após ir a França, em 1906 e 1907, voltou pintando telas com grande intensidade e variedade de cores. Do mesmo modo conseguimos encontrar lampejos fauvistas nas obras de pintores como Navarro da Costa. Porém não há dúvidas que o pintor mais fauve do Brasil foi Inimá José de Paula, que pintou muitas obras seguindo o estilo.

Você também pode fazer arte!

Neste blog, tentamos explorar um pouco mais do universo da arte nos focando principalmente no fauvismo. Expomos biografias e curiosidades sobre o período, explicamos conceitos e tentamos ser o mais claro possíveis. Agora propomos um exercício, algo que esperamos que seja relaxante e explore a criatividade de cada um. Espero que também o apreciem. E lembrem-se: você também pode fazer arte!

Pintando no estilo fauvista

Materiais:

  • Uma folha em branco. Pode ser sulfite, canson ou cartolina do tamanho e cor que você desejar.
  • Tinta de qualquer tipo ou marca. Recomendo a guache, que além de barata, não é tóxica e pode ser encontrada em qualquer lugar.
  • Um pincel
  • Criatividade e tempo livre



Procedimentos

  1. Encharcando o pincel de tinta, dê pinceladas no papel
  2. Uma boa pedida é começar fazendo experiências com as cores, assim como fazia Matisse em sua época. Vá colocando as cores lado a lado ou misturando-as e lembre-se de observá-las sobre diferentes tipos de luz. Mas siga as regras: sempre dê pinceladas vigorosas e caso obter alguma cor opaca largue. Lembre-se que o que você procura são as cores fortes e chamativas
  3. Quando conseguir descobrir suas cores perfeitas comece a usá-las. Distribua-as por outro papel com certa animação. Use bastante tinta e nunca misture a tinta com branco ou mesmo com água. Deste modo ela ficará mais viva e chamará mais atenção o que é o exatamente o efeito que você deseja. Também não pinte muitos detalhes e prefira deixar o preto para o final.
  4. Uma vez que tenha acabado sua obra prima espere que a tinta seque.
  5. Acrescente os últimos e menores detalhes. Você pode fazer isso ao mesmo tempo em que pinta, porém é melhor deixar para o final já que os detalhes não poderão ser feitos com pinceladas tão vigorosas. Espere que os detalhes sequem.
  6. Observe sua obra. Você gostou? Guarde-a como um souvenir sobre seus aprendizados ou melhor ainda: pendure-o na parede. Se estiver especialmente orgulhoso com o que pintou, poderá até mandar a este blog que publicaremos a sua obra. Caso você não tenha gostado, porém, tente de novo. Os materiais aqui expostos são extremamente baratos e caso você deseje pode adaptá-los. Por que não executar este exercício em uma folha de caderno em vez de uma cartolina? O importante é ser criativo e relaxar com este exercício.